É com um beijo na cara e um abraço apressado que pais se despedem dos seus filhos e os deixam na escola, prontos para mais um dia de rotina. Embora não sejam muitos, alguns dos adultos deslocam-se poucos metros para o lote do lado. Na entrada é possível ler-se "Bruno Janz".
O ponto é picado às 08h. No entanto, antes de entrar ao serviço bebe-se um café acompanhado com um bolo de pequeno-almoço, para acordar antes de ir mexer nas peças pequenas que requerem uns olhos bem abertos.
Enquanto as máquinas vão acordando na zona da fabricação, Aurora, na cozinha, junta as tropa e delega as tarefas para o dia, pois além de alimentarem uma fábrica inteira, alimentam também crianças e adultos da Ester Janz e para uma escola da concorrência que pede serviços.
"Este trabalho exige muito de nós, pois trabalhamos com refeições para crianças e adultos"
Tanto as máquinas como a cozinha trabalham a todo o gás. Os barulhos perdem-se no ar, e quem passa à porta não imagina o trabalho realizado nas instalações.
Francisco Caetano chega às imediações. Vem distraído. Talvez esteja a pensar no futebol que deu no dia anterior, ou então no trabalho e reuniões que tem pela frente. No gabinete o telefone toca, e o Engenheiro atende com a maior simpatia do mundo. Dentro da sua sala, além de um poster de um carro, encontram-se moldes de câmaras dos contadores. Pretende analisar o trabalho dos seus subordinados uma vez que dirige a fabricação, a partir da sala com vista para a estrada. Apesar de aparentar ser um indivíduo calmo, também se considera impulsionador de várias medidas tomadas, mostrando ser a pessoa ideal para a função que desempenha. Mas durante a nossa conversa, a maquinaria manual e pesada não para.
"Com a ajuda dos RH e da Administração, foi possível criar escalões para premiar monetariamente os trabalhadores consoante o seu desempenho"
João Janz, um dos administradores da 3ª geração, ainda se apresenta ao serviço todos os dias, embora se desdobre entre a Bruno Janz e Resopre. Afirma querer acompanhar os primeiros passos da geração que lhe segue, porque gosta de observar com os seus olhos.
Dá-nos entrada na Administração, onde se vê uma mesa redonda que aparenta ser antiga mas robusta, e prémios a perder de vista. Em seguida, encaminha-nos para uma sala. A de reuniões, onde está exposto um retrato de seu avô, juntamente com uma secretária já restaurada, o retrato de seu pai e o primeiro contador elétrico em corpo de prata com o objetivo de celebrar os seus 50 anos de existência.
Começa por falar na história da criação da empresa, que se funde com a de Portugal e das águas. O seu interesse na história é contagiante e mostra-se seguro de cada palavra que profere ao longo da entrevista. Ao recordar momentos antigos e recentes sente-se feliz por lá ter estado. Indiscretamente, afirma que a empresa é a sua vida, e que a pretende visitar até ao dia em que se juntar-se-à a seu pai.